27 abril 2009

Não tivemos Salvação!

A alguns anos um senhor do futebol mundial, Bobby Robson, disse numa conferência de empresa após um jogo Benfica vs FC Porto (1994) algo do género:
“Mozer 2 - Fernando Couto 0” - Isto porque o Fernando Couto ao responder a provocações do Mozer teve uma atitude muito infeliz e como consequência foi expulso do jogo e prejudicou grandemente a equipa.
No nosso caso as coisas foram quase iguais, salvaguardando as devidas proporções, por isso podemos dizer:
“André e Domingos 2 – Restauradores 1”
Tudo isto porque no primeiro golo sofrido o nosso Domingos não tinha a necessidade de fazer penalti se mantivesse a mesma calma e qualidade que teve na primeira parte; o caso do André é sintomático da falta de maturidade, quando foi marcado um livre directo contra a nossa equipa o André preocupasse mais em empurrar um adversário do que manter o posicionamento correcto na baliza – consequência imediata, um golo com a bola a entrar no meio da baliza.
Mas que fique na memória a recordação de termos assistimos a um bom jogo de futsal, manchado aqui e ali por actos menos correctos de ambas as partes.
A primeira parte foi tacticamente correcta, onde a magia de alguns dos nossos jogadores poderia ter culminado em golo e resolvido o jogo.
A segunda parte, mais uma vez, foi testemunho da imaturidade dos nossos jogadores, mesmo avisados caíam em constantes picardias e deixaram-se dominar pela ansiedade e nervos.
Não queremos defender a indisciplina nem a violência, mas para quem estava ao nível do jogo podia ouvir as caneleiras a “cantar”, podia ver os nossos jogadores a ser puxados, etc.
Mas infelizmente a dupla de arbitragem, que esteve bem, não via porque tudo era feito na sobra.

Peço desculpa em nome da equipa a todos.

8 comentários:

  1. Boa Tarde!

    Peço desculpa mas não vi brilho nenhum nos nossos jogadores.
    Mais uma vez constatei indisciplina, miúdos mal formados falta de fairplay, se esse ditos craques tivessem sanções talvez o comportamento melhora-se. Infelizmente o Mister só aposta em alguns miúdos até a nivel de treino,mas como diz o senhor é voçê que decide lamento.

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  2. Mister, eu recordo-me perfeitamente desse célebre jogo.
    O Mozer deu e escondeu a mão, o Fernando Couto, não teve a subtileza que se lhe exigia, e deu de uma forma descarada.
    Esta analogia que faz com o nosso jogo é perfeita.
    Os nossos jogadores são demasiado ingénuos. Foi dos jogos em que mais pancada levaram, sem darem o respectivo troco, ou quando tentavam ripostar, faziam demasiado alarido, que chegavam acordar os árbitros, (até lá, eles estavam a dormir). Só tenho pena, que um dos nossos jogadores, fez tanto alarido, que obrigou o árbitro a interromper o jogo, três segundos antes de marcarmos o golo do empate. Isto é que foi de lamentar.
    No que concerne ao jogo, quanto a mim, foi um bom jogo de se assistir.
    As equipas encaixaram-se perfeitamente, a nossa defesa esteve muito bem na primeira parte, o ataque tentava chegar com sucesso à baliza, mas infelizmente esbarrava numa defesa muito coesa e segura.
    O Salvador do Campo trouxe a lição muito bem estudada, tacticamente foram melhores.
    Quando se defende bem, obtêm-se meia vitória, e quando se defende mal, obtêm-se meia derrota. Penso que, (mais uma vez), perdemos por erros defensivos, e por muito que o nosso ataque, tente marcar golos, quando se sofre como nós sofremos o segundo golo, torna-se muito difícil dar a volta ao resultado perante uma equipa como esta.
    Temos de continuar a trabalhar mais e melhor. Também é bom, (como diz o comentário do Mi), possuirmos um pouco mais de fair-play, e de auto controlo, para evitar os excessos verbais de alguns jogadores.
    Não posso concordar com o MI, quando diz que os miúdos são mal formados. Para mim todos os miúdos são de boa índole, infelizmente no calor do jogo, eles não conseguem conter-se, e libertam a adrenalina verbalmente, (só tenho pena, de não libertarem a adrenalina dentro do campo, mas a jogar).
    Mas nós, os pais, também não somos nenhum paradigma de virtudes em jogos de Futebol, até os profissionais que ganham fortunas têm os seus momentos de falta de controlo emocional, agridem com tal veemência o adversário, que nem eles próprios se reconhecem, naquilo que fizeram.
    E se nem os adultos conseguem reprimir os seus impulsos agressivos, para as crianças é extremamente difícil, lidar com a frustração e a falta de verdade desportiva, (diga-se de passagem, que estas crianças foram vitimas da visão enviesada dos árbitros)...
    Convido,(apesar do blog, não ser meu), todos os pais a expressarem as suas opiniões, aqui neste blog, para enriquecermos os nossos parcos conhecimentos de futsal, todos juntos...
    BOM TRABALHO.

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  3. A primeira coisa que eu gostaria de lembrar é que estão a falar de CRIANÇAS!!!
    Crianças de 10, 11, 12 anos e parece-me a mim que os adultos são os primeiros a tranferir e a colocar-lhes sobre os ombros esta carga competitiva e tudo lhe é inerente.
    Estas crianças deviam estar a divertir-se e não a ser um instrumento de quaisquer ambições, seja de um clube, seja dos próprios pais.
    A mim sobretudo preocupa-me que o meu filho seja feliz independentemente se consegue alcançar este ou aquele resultado. E preocupa-me a obsessão que isto se está a tornar para ele, quando o objectivo primeiro, além da prática desportiva, era fazer parte de um grupo, aprender a funcionar e a trabalhar em grupo, aprender a interagir socialmente, pois estes são os princípios básicos de qualquer sociedade. Infelizmente, no país em que vivemos 'interagir socialmente' parece ser sinónimo de desrespeitar o próximo, levar a melhor sobre o outro, sermos os melhores custe o que custar- é o síndroma do 'chico-espertismo'. É muito triste que isto aconteça já nestas idades e mais triste ainda que nós, enquanto adultos, não consigamos travar este sistema de valores.

    Resumindo, as crianças são um reflexo do comportamento dos adultos e ao que tenho lido e ouvido estes não têm sido o melhor exemplo durante os jogos; refiro-me à arbitragem, aos técnicos e sobretudo a alguma assistência. Por isso seria bom que antes de recriminarmos estas crianças metessemos a mão na consciência e reflectissemos um pouco sobre nós próprios e sobre os valores que lhes transmitimos.

    Custa-me muito ler aqui que eventualmente o meu filho será um desses 'miúdos mal formados' que aos 11,12 anos motivam tamanha crispação em alguns adultos (suponho).

    Cumprimentos a todos.

    Ana Paula

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  4. Nos dias que correm, estamos todos sujeitos a uma pressão muito grande para atingir determinados objectivos. Sejam os adultos nos seus empregos, que são pressionados pelos chefes para produzir mais e melhor, ou sejam as crianças na escola que são pressionadas pelos pais ou professores para obterem notas cada vez mais elevadas.
    Vivemos numa competição constante.
    O jogo de futsal não foge a esta regra, alias até a exacerba. Mas do meu ponto de vista não é prejudicial para a criança, antes pelo contrário, prepara a criança para o futuro.
    A criança em competição aprende a lidar com as frustrações, com as derrotas, com as injustiças, aprende a lidar com o sucesso, com as vitórias individuais e colectivas, aprende a aperfeiçoar-se, a treinar cada vez mais para superar o adversário, a encarar a pressão com uma coisa intrínseca ao ser humano. Sem este tipo de pressão, a criança não tem motivação para se superar a si própria.
    É óbvio que não se pretende atingir a vitória a qualquer preço, existem regras e valores que têm obrigatoriamente de serem respeitados e cumpridos. Mas, infelizmente, a partir dos sete anos de idade, jogar o jogo pelo jogo, deixa de existir na criança, (é um sentimento inato). A criança não tira prazer das derrotas, antes pelo contrário, frustra a criança, desmotiva-a e impele-a a desistir.
    A vertente lúdica no desporto, só existe se a criança obtiver vitórias. Sem os triunfos, há jogo frustrado, e isso impede a criança de obter prazer a partir do jogo.
    Verifiquei este fenómeno de uma forma empírica. Quando começou o campeonato, tivemos derrotas atrás de derrotas, a frustração era geral, quer das crianças, quer dos adultos. Praticamente não existia motivação para treinar, o sentimento de inferioridade em relação aos adversários era notório, e este tipo de sentimento é negativo para as crianças.
    Penso eu, que todos os pais querem que os filhos sejam felizes, por isso é que tem de haver pressão sobre os miúdos, (também demasiada pressão é perniciosa, e pode ter efeitos contrários ao pretendido), para incutir o gosto pela aprendizagem, é consabido que a aprendizagem dá lugar a uma melhoria comportamental, evoluindo como atleta e como ser humano.
    Sem emoções não existe jogo verdadeiro, e são as emoções que determinam as nossas vidas.

    UM BEM HAJA PARA TODOS.

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  5. Deviamos trabalhar mais para conseguir o qe nos desejamos, nao brincar nos treinos e tar com atencao ao o que o mister diz.E tambem gostaria de dizer que gosto de jogar neste clube, e muito divertido axx.Sonic

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  6. Boa noite.

    Em primeiro lugar quero dizer que concordo em absoluto com o Sonic. Só trabalhando muito, esforçando-nos, sendo responsáveis e aprendendo aquilo que nos ensinam é que conseguiremos ser bons profissionais. Qualquer coisa que façamos, seja qual for a profissão, o importante é darmos sempre o nosso melhor e mantermo-nos fiéis a nós próprios e às nossas convicções, MAS SEMPRE respeitando aqueles que nos cercam e fazendo também com que nos respeitem. É uma tarefa muitas vezes díficil, porque como diz o Sr.Paulo vivemos numa sociedade que exerce cada vez mais pressão sobre nós, a maior parte das vezes desrespeitando-nos enquanto indivíduos. Uma sociedade em que a maioria das pessoas se preocupa mais com o verbo ter do que com o ser.
    O que o Sr. Paulo escreveu não contradiz o que eu disse acima.

    "Vivemos numa competição constante" e os resultados são bem vísiveis! Frustrações, depressões, solidão, pobreza de espírito....
    Aos que nos rasteiram e empurram não podemos responder da mesma forma sob pena de tornar-nos iguais. A resposta é sermos indiscutivelmente melhores como profissionais e como seres humanos.
    Das coisas mais bonitas que se podem ver no desporto é alguém dar a mão ao seu adversário, ajudá-lo a levantar-se e a seguir caminho.
    Sou completamente e em absoluto contra qualquer violência e impropérios e choca-me saber que há crianças que entram em jogo instigadas a isso.

    Não há nada de errado em sermos ambiciosos, em querermos ganhar e ser os melhores. O que pode estar errado é a forma como o fazemos.

    E para terminar subscrevo aquilo que também escreveu:
    'Sem emoções não existe jogo verdadeiro, e são as emoções que determinam as nossas vidas.'
    Porque as emoções são exactamente sinónimo de autenticidade e de entrega.


    Cumprimentos a todos.

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  7. (desculpem se não falo propriamente de futsal...:)

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  8. É com grande satisfação que leio neste blog, uma opinião feminina bastante lúcida e que revela um enorme sentido de bom senso e humanidade.
    Ainda bem que tomou a iniciativa de escrever aqui, já que isso representa para todos nós uma perspectiva diferente de analisar e compreender estes assuntos.
    Espero que continue a escrever, concordando, ou discordando, mas sempre numa óptica pedagógica, e de contributo, para enriquecermos todos juntos, como pessoas.

    Eu também sou contra os insultos aos árbitros, considero uma atitude bastante grave, e mais grave se torna, quando são proferidos por crianças.
    Repudio em absoluto, neste ponto estamos de acordo.
    Também concordo consigo, quando diz -“Uma sociedade em que a maioria das pessoas se preocupa mais com o verbo ter do que com o ser.” Infelizmente as pessoas preocupam-se em fazer alarve daquilo que têm, e não daquilo que fizeram pelo bem-estar do próximo.
    Todos nós sabemos que existe uma cultura de violência que prevalece sobre a humanidade. A violência física, psicológica até a violência verbal, e cabe-nos a nós, pais, criar e educar os nossos filhos, num ambiente de não-violência na verdadeira acepção da palavra.
    Aliás deixo aqui, a definição de violência.
    Violência é um comportamento que causa dano a outra pessoa, ser vivo ou objecto. Nega-se autonomia, integridade física ou psicológica e mesmo a vida de outro. É o uso excessivo de força, além do necessário ou esperado. O termo deriva do latim violentia (que por sua vez o amplo, é qualquer comportamento ou conjunto de deriva de vis, força, vigor); aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa ou ente.
    Assim, a violência diferencia-se de força, palavras que costumam estar próximas na língua e pensamento quotidiano. Enquanto força designa, em sua acepção filosófica, a energia ou "firmeza" de algo, a violência caracteriza-se pela acção corrupta, impaciente e baseada na ira, que não convence ou busca convencer o outro, simplesmente o agride.
    Este tipo de violência é que tem de ser banida, de uma vez por todas da nossa sociedade.

    Começo a divergir neste ponto:
    - “Das coisas mais bonitas que se podem ver no desporto é alguém dar a mão ao seu adversário, ajudá-lo a levantar-se e a seguir caminho.
    Isto que a Sra. Ana afirma é de facto muito bonito, e revelador de uma grande sensibilidade, e isso é de louvar, (pelo menos, para mim). Mas, infelizmente, é contra natura.
    O homem no desporto, (futebol), não foi concebido para apanhar e imediatamente dar a outra face, isso não funciona na sociedade e muito menos no futebol.
    O objectivo primordial no desporto, foi e será sempre, superar o adversário. Se o adversário faz uma rasteira para impedir-nos de chegar à bola e marcar golo, na próxima oportunidade vamos fazer igual ao pior, para impedir o adversário de atingir os seus objectivos, que são antagónicos dos meus.
    Estamos em permanente competição, já que a vitória dele, representa a minha derrota.
    E se o ser humano busca por todos os meios atingir a felicidade. Quando se perde dá-se um passo atrás nesse objectivo, (atenção, não quero estar aqui a fazer a apologia dos batoteiros, eu quero vencer, mas sempre em consonância com as regras do desporto, e não por meios completamente alheios ao desporto).
    É claro que sou contra as pessoas que instigam as crianças para a violência gratuita, mas não posso criticar os jogadores que impedem os adversários às margens da lei de marcar golo. Para isso, existem regras que punem o infractor devidamente.
    Eu não sou médico, mas de uma coisa tenho a certeza, se as pessoas que têm depressões, que são frustradas ou solitárias, praticassem algum tipo de desporto competitivo, nunca chegariam a ter este tipo de doenças ou sentimentos negativos, e por razões muito simples:
    Um atleta dificilmente fica deprimido, o desporto não lhe permite ter tempo para isso. As pequenas glórias que ele conquista, dão-lhe realização pessoal suficiente, para elevar a sua auto-estima.
    Um atleta de competição, aprende desde pequeno a saber lidar com as frustrações, porque sabe que elas lhe irão surgir inevitavelmente pela sua vida fora, quer no desporto, quer na sua vida pessoal. Esta aprendizagem funciona como uma vacina, quando chegam as frustrações, ele está imune.
    No desporto competitivo, interage-se com muitas pessoas, existem muitas relações interpessoais, a dinâmica de grupo é forte, muito dificilmente se encontram pessoas solitárias.
    Tentei colocar aqui, de uma forma resumida, o meu pensamento, espero não a ter maçado.
    Espero voltar a “ouvi-la” por aqui.

    Saudações cordiais.

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