03 maio 2009

Os Nossos Meninos

Sinceramente acho que fazer silêncio era a melhor forma de defender a nossa equipa perante as afirmações proferidas por “alguém”, mas depois de falar com alguns pais e com a equipa técnica achei por bem escrever algumas coisas sobre o que foi escrito.
Não me incomodaram minimamente as palavras que o “alguém” escreveu, porque sou tão democrata que posso não concordar, mas aceito a opinião de quem perde o seu tempo a escrever o que pensa.
Efectivamente compreendo a indignação que algumas palavras geram junto dos pais e ao mesmo tempo compreendo o autor ou autora das palavras.
Assim, cabe-me a mim argumentar na defesa da equipa e do bom nome dos responsáveis pela educação de cada atleta.
Por conseguinte:
1º - Na vida, e principalmente durante a nossa infância todos nos temos dentro de nós um brilho muito próprio, fruto das enormes expectativas que cada um de nós tem.
O brilho é inerente a cada um dos “meninos”, ele está sempre presente nas coisas boas da vida e nas coisas menos boas da vida.
Em todos os jogos, sejam eles derrotas ou vitorias qualquer um dos nossos “meninos” tem um enorme brilho, porque são e serão para sempre os nossos meninos…
Estamos a crescer juntos, e para mim, o brilho esta na forma que cada um dos “meninos” encara a vida, na coragem de gritar, na coragem de “fazer asneiras” (concordando ou não com elas). É fácil apontar o dedo a A, B, ou C mas provavelmente são esses “meninos” que tem a personalidade para dar a cara, podiam-se esconder por detrás de “alguém” mas o sangue que lhes corre nas veias obriga-os a ter atitudes, que infelizmente podem até ser as menos correctas mas continuam a ter o mérito de «ter atitude».
E cabe a cada um de nós tentar, repito tentar manter e se possível melhorar o brilho de cada um dos nossos meninos.
2º - Que eu saiba todos os “meninos” da nossa equipa tem como base educacional os melhores princípios, contudo a vida prega partidas e o que para alguns é normal outros é estranho. A nossa equipa é o espelho da injustiça e das partidas que a vida pode pregar, por isso temos vindo a corrigir tudo o que esta ao nosso alcance.
Contudo a base da educação está dentro da casa de cada um e custa-me compreender como “alguém” toma o grupo como um todo, no que diz respeito a um exemplo de «…indisciplina, miúdos mal formados…».
Na minha opinião, todos nós temos momentos menos felizes e de maior irracionalidade, no entanto acho demasiado triste apontar o dedo a “meninos” que estão em processo de formação, quando muitos adultos, não dão o melhor exemplo não só nas bancadas como no dia-a-dia.
Não pactuo com a falta de educação de ninguém, contudo compreendo que em certos momentos ultrapassamos o razoável.
Agora que ninguém ache que o seu educando é santo porque juntos são todos iguais e mesmos os que possam parecer mais recatados longe dos “protectores” mostram ser bem complicados. Já o povo diz e com razão “fugir é dos calados”.
3º - Os castigos são uma questão que levanta muita polémica em qualquer lado e que na minha opinião são uma falsa questão. Porque se fossemos a aplicar castigos não seriam só por motivos de indisciplina teriam de ser por motivos de desempenho.
Vejamos, tenho um jogador que respondeu de uma forma grosseira a um elemento interveniente ao treino ou ao jogo. Que castigo deveríamos dar?
Por o atleta fora da equipa! Não jogar no próximo jogo! – Estas podem ser as respostas que de imediato nos vêm a mente…
Mas será pedagógico?
Na minha opinião não é, e a melhor forma de lidar com estas situações é usar o diálogo e tentar compreender o que motiva aquele comportamento. Castigar, penalizar de uma forma dura e autoritária pode ser motivo de uma maior revolta por parte do atleta e provavelmente motivo para um desinteresse total pelo desporto.
Muitas das vezes, e tenho forma de provar isso, um atleta que no inicio até tem um comportamento menos adequado quando sujeito as normas tidas normais adaptasse e adequa o seu comportamento.
4º O treino é organizado por mim na perspectiva de obter o melhor rendimento possível da equipa e proporcionar uma evolução efectiva a cada jogador.
Naturalmente que há sempre coisas a apontar no meu trabalho, e acredito que muitas delas poderão até ser pertinentes. Contudo o treino é igual para todos e a forma de aborda-lo é sempre a mesma, a única variável é a disponibilidade para treinar.
A minha função é gerir o plantel da melhor maneira e até tenho alguma curiosidade em saber qual o jogador que não tem ou teve oportunidade de mostrar o que vale depois de 28 jogos oficiais e 4 de pré época.
Todos dos 14 jogadores inscritos já jogaram, tiveram a oportunidade de fazer qualquer coisa no entanto tenho a obrigação de por o grupo em primeiro lugar e só depois vem o Individuo.
Dos 14 jogadores, tenho pena efectivamente de alguns não jogarem mais, contudo os que hoje jogam menos vão ser muito provavelmente os titulares de amanhã.
De uma conversa com a mãe do Daniel foi-me sugerido que há miúdos que só jogam quando a equipa tem o jogo perdido. Contudo fui verificar os meus apontamentos e verifiquem que a não é correcto porque a grande maioria tem jogado sempre quer nas vitórias quer nas derrotas. Mas a verdade é que na segunda volta tivemos jogos mais nivelados e nesses jogos em que o resultado estava tremido optei pelos jogadores mais velhos em detrimento dos mais novos apesar de saber que muitos deles são excelentes jogadores dentro da faixa etária deles.


1 comentário:

  1. Fiquei agradado por ler aqui neste blog, a defesa da honra de todos os nossos jogadores, e dos pais, sem a exclusão de nenhum. Apesar do pai ou mãe que apelidou neste mesmo blog, de mal formados todos os nossos jogadores, também não ter feito a exclusão do próprio filho.
    É certo, que quem escreveu, não se identificou. Está escondido sob a capa de um nome que ninguém conhece, e uma pessoa, (em minha opinião), que faz acusações graves sobre os nossos filhos, sem ter a coragem de se identificar, não merece muita credibilidade, da parte de quem conhece os miúdos, porque todos sabemos que são afirmações desonestas.
    Mas por outro lado, se quem lê, não conhece os nossos miúdos, fica com uma impressão muito negativa, quer dos miúdos, quer dos pais desses miúdos.
    Por este motivo, escrevi, que os nossos jogadores e pais têm o direito de serem defendidos, por quem de direito, (treinadores e directores).
    Foi uma boa atitude, embora um pouco tardia.
    Mister, às vezes uma palavra na hora certa, vale mais do que mil palavras fora do tempo.
    Numa democracia, todos nós, temos direito a opinar sobre qualquer assunto, não temos, é o direito de ofender a honra e a dignidade das pessoas de bem.
    Este espaço, que o Mister teve a amabilidade de colocar ao nosso dispor, foi para podermos fazer um intercâmbio de opiniões, foi para aprendermos uns com os outros, até serve para criticar, mas sempre de uma forma construtiva, sem ofensas, sem enxovalhos ou outro tipo de afirmações menos dignas.
    Eu, (ao contrário, de si, Mister), não consigo compreender, as motivações para tanta hostilidade!
    Todos os miúdos, (em principio), treinam com um objectivo:
    Melhorar o seu desempenho, como jogadores de futsal, (no nosso caso), e consequentemente participar em jogos oficiais, seja como titular ou como suplente, este tipo de condição não é importante em futsal, em virtude de existir uma rotação muito grande de jogadores, a entrar e a sair do jogo. Se existem jogadores com mais tempo de jogo dentro do campo, é só por uma razão:
    Porque têm mais capacidade física, técnica ou táctica. Não existe outra razão, (favorecimento de uns em detrimento de outros é uma falsa razão). Pode eventualmente existir algumas opções erradas em determinados jogos, no meu entendimento. Todavia no entendimento do Mister foi a opção mais acertada. A missão do treinador é sempre ingrata, se ele escolhe este ou aquele jogador, se implementa esta ou aquela estratégia, e as coisas correm mal, o treinador é severamente criticado. Mas, por outro lado, se as coisas correm bem, é elogiado pelas opções que tomou. E também sabemos que num jogo, existem variados factores impossíveis de controlar, que podem decidir o resultado final, (bolas ao poste, pénaltis falhados, erros dos jogadores, erros das arbitragens etc.)
    Como disse o Mister, o colectivo sobrepõe-se ao individual. E quando a equipa perde, perdemos todos, não perdem só aqueles que estiveram em campo a jogar, e ao contrário também é verdade.
    Por isso, se algum jogador não está satisfeito com a sua condição, só tem de fazer uma coisa:
    - Correr mais, esforçar-se mais, e aprender mais.
    Um jogador não pode pretender jogar por benevolência do treinador. Tem de jogar por mérito próprio, tem de jogar porque se esforçou, porque assimilou melhor as tácticas do treinador e conseguiu colocá-las em jogo beneficiando a equipa.
    Os adultos tem de saber dar tempo ao tempo, hoje a criança não joga, mas pode jogar amanhã, não pode nunca, é desistir, tem continuar a treinar afincadamente, mas atenção, sem nunca descurar a vertente lúdica do desporto.
    O Mister já colocou aqui um vídeo, em que prova precisamente isto.
    Deixo aqui uma reflexão bíblica para nos ajudar a reflectir:
    “Com tempo até o urso aprende a dançar”
    Saudações cordiais.

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